No dia 29 de março de 1996 um incêndio tomou conta de um prédio no bairro do Brooklyn, Nova York. Na garagem daquele local moravam a gata Scarlett e seus cinco filhotes que haviam nascido poucas semanas antes. Quando os bombeiros chegaram para apagar o incêndio, a gata foi vista entrando e saindo do lugar para resgatar seus filhotes. A cada gatinho que Scarlett tirava do incêndio ela ganhava queimaduras mais e mais sérias em seu corpo. E ela fez isso cinco vezes.

O bombeiro David Giannelli, que resgatou a gata, disse à época ao jornal Daily News: “Ela estava prostrada de dor num terreno baldio ali perto, e aquilo me cortou o coração. As pálpebras da gata estavam fechadas de tanto que incharam por causa da fumaça. As almofadas das patas apresentavam queimaduras gravíssimas. A cara, as orelhas e as pernas estavam horrivelmente chamuscadas. Providenciei uma caixa de papelão onde cuidadosamente coloquei a gata e os filhotes. Ela nem conseguia abrir os olhos, mas tocou os gatinhos um por um com a pata e o focinho, como se verificando se estavam vivos”.

À beira da morte, a gata foi levada a clínica veterinária Liga de Animais North Shore. Deram-lhe medicamentos para combater o choque. Colocaram um tubo intravenoso cheio de antibiótico na heroica felina, e, delicadamente, passaram pomadas antibióticas nas queimaduras. Daí, ela foi colocada numa gaiola com câmara de oxigênio para ajudar a respiração, e todo o pessoal da liga de animais ficou em suspense. Em 48 horas, ela já conseguia sentar-se, seus olhos inchados se abriram e a visão milagrosamente não fora afetada. Foram necessários três meses de tratamento.

Quando a história foi divulgada o telefone da clínica não parou de tocar, pessoas do mundo todo queriam saber do estado da gata e mais de 1500 pessoas se ofereceram para adotá-la. Mais de 7 mil cartas foram enviadas à Liga de Animais North Shore, oferecendo-se para adotar Scarlett e seus filhotes. Eles finalmente escolheram separar os gatinhos entre duas famílias adotivas. Scarlett ficou com uma terceira família.

A gata heroína viveu feliz por mais 12 anos após a tragédia e morreu em 11 de outubro de 2008.